segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Diesel? Problemas com a EGR? Regenerações constantes? Mau funcionamento do motor? Qual o porquê? Os filtros de combustível evoluíram da mesma forma que os automóveis, picapes e caminhões?Sim? Não? O que fazer?



Boa tarde, queridos leitores!

Comecei a falar de diesel e parei...
Parei por anos, diga-se de passagem.
Mas...
Dia 28 de outubro de 2024 está aí e o blog voltou, queridos leitores.
A vida deu muitas voltas... Explicarei mais à frente.
Sim! Devo explicações a vocês, que honraram este espaço meu de discorrimento geral...
Aos poucos, atualizarei os tópicos já existentes, com novas e importantes informações e conversarei com Vossas Senhorias sobre o que a vida me reservou.
Uma semana abençoada para todos nós!!!
Como não dá para parar nada nesta vida, sigamos adiante.
Parafraseando o poeta da música, "O tempo não pára"!
Só que, aqui, ao contrário do que afirma a letra da música, não veremos o futuro repetir o passado.
E o assunto do qual tratarei hoje reflete uma infeliz cultura nossa, de cada dia: A dificuldade em aceitar o novo!
Sim! O brasileiro acostumou-se, negativamente, com a imutabilidade das coisas.
Acostumou-se sim à cíclica oscilação econômica que, quase sempre, significa maiores dificuldades, desemprego e queda de padrão de vida, mas, no campo da indústria, sempre procura o que há de mais tradicional e, muitas vezes, o que é classificado como "mais confiável".
Talvez a escassez de recursos financeiros somada ao fato de nunca poder contar, eficazmente, com os poderes públicos para a resolução de suas contendas, tenha feito com que o público consumidor adotasse uma postura muito pouca ousada quanto à aquisição de veículos e máquinas no geral.
Desde muito tenho observado o mercado consumidor de carros e motos no Brasil...
E são tristes algumas observações que fiz, no decorrer dos anos...
Os carros mais vendidos nunca são os mais modernos ou os melhores.
As motos mais vendidas nem sempre são as melhores.
Os valores pagos pela tal "confiabilidade" são absurdos!
Conclui isso a partir da análise dos números das vendas de um certo carro, fabricado por uma montadora japonesa no Brasil, que ainda usa eixo de torção na suspensão traseira, só veio a possuir controle de tração e de estabilidade no ano de 2017, mas que é considerado inquebrável e de duração longeva.
Custa caro, mas vende muito!
Mas qual o porquê, exatamente, de eu ter começado a falar de diesel e, ao invés disso, ter engatado um papo sobre a dificuldade nossa, de cada dia, em aceitar novidades?
O porquê?
Bem, serei taxativo: Compramos os mesmos filtros de diesel, feitos de papel, que comprávamos a 50 anos atrás e nos convencemos de que isto é absolutamente normal!
E a reposta parece estar no fato de que passei por uma situação, no passado, com dois carros diesel que tive, e que me fizeram repensar minha maneira de ser e de agir, notadamente no que diz respeito à qualidade de filtragem do combustível.
Passarei a narrar para vocês, meus queridos leitores, o que aconteceu comigo.
Quando comprei a Ssangyong Kyron GLS, tive uma primeira preocupação: Me inteirar sobre o tema "diesel", eis que era meu primeiro carro a utilizar tal combustível.
Á época, a Ssangyong não havia falido e deixado de atuar no Brasil, OK!?!
Eu não tinha experiência alguma com carros diesel e sabia, de antemão, que a contaminação do referido hidrocarboneto pela água, haja vista sua higroscopia, era extremamente prejudicial à durabilidade do conjunto motopropulsor do carro que agora possuía.
Eu tinha de achar uma maneira de combater um mal invisível e que, a longo prazo, me daria prejuízos grandes no que diz respeito ao Kyron. Mais tarde, eu viria a ter que me preocupar também com o motor a diesel das Effa Plutus que comprei em 2015 e, depois, em 2017...
Os dois tipos de carro (Kyron e Plutus) eram equipados com injeção eletrônica de diesel, do tipo common rail, que operam a pressões altíssimas.
Comecei a pesquisar, então, assuntos correlacionados com a produção do diesel.
Dentre as minhas primeiras observações, a diminuição no teor de enxofre, ao longo do tempo, foi das que mais atenção chamou.
Longe de defender a presença de enxofre nos nossos combustíveis comercializados no país, a retirada gradual dos altos teores de enxofre do diesel criou uma situação nova, no mínimo canhestra, a ser enfrentada pelos proprietários de veículos que utilizam o referido combustível.
O nome da situação: Contaminação microbacteriana de tanques de combustível e de linhas de alimentação dos motores diesel.
E não parecia ser à toa que eu ouvia relatos, cada vez mais frequentes, que carro a diesel deixara de ser um bom negócio, haja vista os problemas constantes dos sistemas de alimentação, com destaque para o mal funcionamento da válvula de recirculação de gases inertes, mais conhecida como "EGR".
Mas e aí? Os relatos tinham fundamento? Os carros diesel estavam mesmo deixando de ser um bom negócio frente aos modelos equivalentes com motores flexíveis? A manutenção dos motores diesel ficou mais complicada e cara? Pela diferença de valores e aproximação dos preços dos combustíveis, ainda valia à pena ter carro a diesel?
Vamos por partes...
Cada uma destas questões suscitadas será respondida ao seu tempo.
A problemática começa já na origem... Trata-se, pois, de um país movido a óleo diesel e no qual o diesel, após ser refinado, é misturado a outro produto e não é adequadamente armazenado.
Para quem sequer imagina, a contaminação microbiana em tanques de estocagem com biodiesel compromete em muito a qualidade final do produto.
O crescimento de bactérias é favorecido pela condição intrínseca do biodiesel, tais como a presença de ésteres, o que aumenta a sua biodegradabilidade. A afinidade pela água (é higroscópico, como eu já disse...) e a ausência de aromáticos são outros problemas.
Uma forma de controle do crescimento microbiano durante o armazenamento é a utilização de antimicrobianos, sendo que estudos já revelaram que a concentração mínima ideal de biocidas, para a eficiente erradicação de colônias bacterianas, nos tanques de armazenamento, seria de algo em torno de 15 ppm (partes por milhão).
O problema é que não há a utilização de antimicrobianos na produção de larga escala e o governo brasileiro - notadamente o governo atual, que só pensa em aumentar os teores de biodiesel a padrões inimagináveis... -, de maneira absurda, sem qualquer estudo técnico, determinou a adição de maiores percentuais de biodiesel ao diesel comercializado nas bombas dos postos de combustível espalhados por todo o país.
Além disso, há também um questionamento a ser considerado, e que atinge diretamente a confiabilidade e longevidade mecânica dos sistemas de alimentação de motores diesel: o uso de um biocida, cuja estrutura química se baseia em organoclorados, organofosforados, carbamatos, piretróides, triazinas, fenóis entre outros não seria, na prática, uma adulteração do combustível originalmente concebido, com reflexos na emissão de poluentes, desempenho e consumo dos veículos?
Sim... Seria. Falaremos mais disso, adiante...
O que fazer, então?
Desistir do carro movido a diesel?
Não! Absolutamente!
A mudança na maneira de encarar o problema não passa pela radicalização e, muito menos, pelo abandono da utilização de tais veículos. No entanto, expõe a necessidade de mudarmos nossa maneira de encarar o que seria dito "mais confiável" e "tradicional", em nome da adoção de novas tecnologias, notadamente mais eficientes.
Enfrentei a questão da contaminação microbacteriana no tanque de combustível das minhas duas Effa Plutus a olhos nus.
A primeira picape que tive, em questão, era de cor azul, ano/modelo 2011/2012 e foi adquirida apenas no ano de 2015, tendo passado três anos na inatividade, com o motor e parte elétrica desativados. No tanque de combustível, uma quantidade mínima de diesel também completou três anos de idade, na inatividade, com direito a todo tipo de contaminação... A segunda picape Plutus, de cor branca, adquirida já em março de 2017, em substituição à primeira, me fez enfrentar a questão de maneira ainda mais séria, eis que chegou às mãos xamanianas sem quaisquer cuidados no que diz respeito ao abastecimento e à contaminação do tanque de combustível, apresentando já problemas na vazão e pressão bomba de alta Bosch CP1H3.
Isto, com apenas 331 quilômetros rodados...
E aí? Como proceder?
Já abordei que seria possível o controle bacteriano, já na etapa produtiva do diesel com o uso controlado de biocidas, mas a adição dos mesmos ao combustível originalmente formulado levaria à inevitável adulteração do diesel, com resultados que exigiriam estudos muito profundos notadamente quanto às emissões de poluentes e seus efeitos em seres humanos. Vejamos o porquê de tal afirmação:
Há, entre os biocidas, composições químicas mais conhecidas e que serão explicadas e especificadas aqui. Peço ao leitor que, com atenção, observe os efeitos da concentração desses compostos organossintéticos no corpo vivo nosso, conforme será explicitado.
Primeiramente, vamos aos organoclorados.
São compostos químico-orgânicos que contém o elemento químico cloro. Com relação a outros grupos químicos, estes compostos são geralmente menos tóxicos em termos de toxicidade aguda. Porém são mais persistentes no corpo humano e no meio ambiente, podendo permanecer ativo a longo prazo. Os organoclorados podem ser absorvidos via oral, respiratória ou dérmica. Com mecanismo de ação pouco conhecido, esses compostos agem no sistema nervoso central e periférico. Eles se armazenam na gordura do organismo. São cumulativos e potencialmente tetarogênico, mutagênico e carcinogênico.
Será que o leitor percebeu o risco que teríamos ao inserir um composto desses no diesel?
Bem, os organofosforados são compostos químico-orgânicos à base de fósforo.
São mais tóxicos em termos de toxicidade aguda. No entanto, possuem rápida degradabilidade no ambiente e não se acumulam nos tecidos gordurosos. Este compostos são inibidores de acetilcolinesterase (enzima que torna possível a transmissão de impulsos nervosos no organismo e tal ação provoca a alteração de glândulas, dos músculos e do sistema nervoso.
Os carbamatos são compostos químico-orgânicos derivados do ácido carbâmico.
São menos tóxicos que os fosforados e mais tóxicos que os clorados (contaminação aguda). Degradam-se relativamente rápido e não se acumulam em tecidos gordurosos.
Possuem ação mais curta que os organofosforados, com inseticidas fosforados e clorados de toxicidade elevada. Porém, vários produtos deste grupo químico foram banidos em outros países pelo seus efeitos cancerígenos.
Um dos compostos originários deste grupo químico, como os ditiocarbamatos, causam reações alérgicas cutâneas e neoplasia em animais de laboratório.
Os piretróides  possuem estruturas semelhantes às piretrinas, ou seja, são ésteres dos ácidos crisantêmicos. Seus efeitos ainda não são totalmente conhecidos, sendo que alguns autores de literatura mais específica afirmam que este grupo é um dos menos tóxicos ao homem.
No entanto, em mamíferos ele possui elevada toxicidade aguda.
Há, ainda, outros grupos químicos como o grupo das triazinas, que contém nitrogênio em sua formulação e são muito tóxicos, e os dos dinitrofenóis e fenoxiácidos, que juntamente com o pentaclorofenol são compostos derivados dos fenóis, de formulação orgânica ligados geralmente a metais e são altamente tóxicos.
Além dos acima citados, há, ainda, os grupos químicos dos compostos inorgânicos mercuriais, que são cumulativos no organismo. Os arsenicais são considerados "venenos celulares", ocasionando vários distúrbios intestinais.
São encontrados ainda uma infinidade de compostos que são menos utilizados, porém, não menos tóxicos que os supramencionados, como os aficidas, antibióticos, antibrotantes, bactericidas, espalhantes adesivos, cupinicidas, hormônio vegetal, nematicidas e ovicidas...
Não adentrarei aqui em questões outras, como a questão da solubilidade de tais biocidas ao diesel e se seria possível a utilização potencial dos mesmos no combustível. O objetivo maior, aqui, é mostrar os riscos da adição de um elemento a mais ao combustível e a quantidade de estudos que isso demandaria, para evitar maiores riscos à população.
Sinceramente, prefiro esquecer a possibilidade de adição de um biocida, seja ele qual for e na quantidade que for, ao diesel do tanque dos meus carros.
O diesel, em si, já é potencialmente perigoso à saúde humana... Piorar para quê?
Qual é a saída, então?
Vamos aprofundar bastante o tema, a partir de agora, pois, inexoravelmente, trata-se de algo atual e que vem fazendo muitos consumidores gastarem dinheiro demais com seus carros movidos a óleo diesel.
Pois bem, dou início aos discorrimentos sobre o tema com um breve histórico sobre os casos de contaminação do combustível do tipo querosene (QAV-1) por microrganismos e sua expressão no campo da corrosão microbiológica, a níveis de manutenção preventiva orgânica e de Parque de Manutenção Preventiva de Aeronaves da Força Aérea Brasileira.
Esses estudos, datados da década de 70 (mais especificamente, desenvolvidos entre os anos de 1971 e 1980), foram feitos pelo então Médico/Farmacêutico Militar Jorge Edson da Fonseca, que foi Ex-Instrutor de Fundamentos de Corrosão Microbiológica dos Cursos de Qualificação dos Inspetores de Aeronaves e Ex-Agente de Controle de Corrosão do PAMAGL, da Força Aérea Brasileira, além de ter sido Ex-Instrutor de Corrosão e Cuidados com combustíveis e Lubrificantes dos Estágios Básicos de Acidentes Aeronáuticos (XIV ao XVIII) do CENIPA.
Enfim, tive como base, em meus estudos preliminares, talvez um dos maiores nomes do país na área de contaminação e corrosão gerada quando da utilização de combustíveis fósseis... Me inspirei, também, para a elaboração deste texto e dos que virão a seguir, na tese de doutorado desenvolvida pela bióloga Francielle Bücker, da Universidade Federal do Estado do Rio Grande do Sul, no ano de 2009, e que abordava o tema "Biodeterioração de Misturas de Diesel e Biodiesel e seu controle com biocidas".
Julguei este último texto inspirador como de excelência! Muito bom!
Vejam, queridos leitores, que a coisa é séria!
Mas, vamos ao que interessa?
Em análise datada de junho de 1969, de acordo com anotações constantes de relatórios técnicos de manutenção e utilizadas pelo Médico/Farmacêutico, especialista em corrosão microbiológica no Brasil, Militar Jorge Edson da Fonseca para o desenvolvimento do tema "Fundamentos de Corrosão Microbiológica", "a aeronave C-130 Hércules n.º 2455, um quadrimotor turboélice, da Força Aérea Brasileira, encontrava-se estacionada no hangar principal do Grupo de Suprimento e Manutenção (GSM), da 3ª zona Aérea (hoje Parque de Material Aeronáutico da Base Aérea do Galeão, da DIRMA), para manutenção fásica.
Um elemento da equipe de manutenção observou, porém, vários pontos de vazamento de querosene de aviação em áreas do painel inferior, não rebitado, da asa direita do mencionado C-130. A inspeção visual do interior do tanque revelou a presença de massa lodosa, alcatroada, em íntimo contato com o metal-base, que era a liga de alumínio (negrito nosso).
Foram observados, também no tanque, no espaço aberto no interior do mesmo, áreas corroídas, com ataque de penetração profunda a vários orifícios. Os técnicos do Laboratório Químico, do então GSM, foram convocados - pata proceder à análise ainda indeterminada quanto à sua natureza, de uma amostra da substância mole, negrejante. O resultado do exame revelou a presença de contaminantes sólido, orgânico, de natureza microbiológica (fungos, bactérias e líquens) e de água salobra, além de querosene de aviação (QAV - 1).
Na esfera internacional, em 1965, ocorreu o primeiro caso tecnicamente reconhecido, de combustível contaminado por microrganismos, determinando severa corrosão no sistema de bastecimento do KC-135, da Força Aérea Americana, que operava na Malásia.
Em 1926, Tausson e Alexina identificaram bactérias sulfato-redutoras, nas águas de campos petrolíferos.
Mas coube a Niyoshi, em 1895, o privilégio de comunicar, pela primeira vez, o ataque microbiológico a hidrocarbonetos aromáticos, tais como: petróleo cru, parafina, cera e outros.

Problema: Microrganismos/Corrosão Microbiológica hoje.

Devido às altas temperaturas utilizadas nos processos de refino de petróleo, o QAV-1 obtido na torre de fracionamento (300 ºC) é estéril. Os microrganismos entram no combustível de diversas maneiras, em diferentes pontos do sistema de distribuição e, também, através do ar atmosférico (na forma de esporos-corpúsculos, que podem ser comparados às sementes das plantas superiores, embora não sejam morfologicamente semelhantes a estas) que penetra nos tanques, para equalizar as pressões.
Após divulgação, nos anos 60, do primeiro caso com origem, etiologia microbiana firmemente definida, foram constatados outros problemas operacionais: defeitos nos equipamentos indicadores de combustível, obstrução dos elementos dos filtros, desagregação dos revestimentos e selantes de tanques de aeronaves e diferentes formas de destruição provocadas por corrosão localizada: por pite, intergranular e por desfolhamento, com comprometimento, em alguns casos, da integridade estrutural das asas (negrito nosso). No Brasil, problemas dessa natureza foram registrados na aviação civil, num Caravelle com 7.500 horas de vôo.
Constam dos arquivos técnicos e, principalmente, dos do Parque de Material Aeronáutico do Galeão, Unidade de apoio integral das aeronaves C-130 Hércules e sede da Agência Principal do Sistema de Prevenção e Controle desse tipo de corrosão, o registro de graves problemas ocorridos com essas aeronaves, tais como: degradação do revestimento interno dos tanques integrais, deixando a descoberto a liga de alumínio, tornando-a extremamente vulnerável, corrosão preferencial, localizada por pite e por desfolhamento, principalmente, determinando, em alguns casos, reparos estruturais e, em outros, a substituição do painel inferior, nos EUA (negrito nosso).
Até pouco tempo atrás, os estudiosos desse tema não haviam definido o(s) mecanismo(s) pelo(s) qual(is) o combustível contaminado atacava o metal e, igualmente, se os microrganismos eram a causa da agressividade do querosene ou se esta, provocada por outra causa, se constituiria num meio propício à multiplicação dos microrganismos inativos pré-existentes. Tão pouco se sabia qual(is) o(s) tipo(s) de microrganismo(s) responsável(is) pelo problema (se, de fato, fossem responsáveis os microrganismos). A análise microbiológica do limo, retirado de tanques, revelaram a presença de bactérias, líquens e fungos. Estes últimos, particularmente, da espécie Cladosporium resinae (Lindau de Vries). Esta espécie, pertencente à família Dematiaceae , pelo fato de apresentar esporos escuros, confere ao contaminante sólido uma coloração negrejante.
Hoje, com base, principalmente,  no trabalho experimental levado a efeito por Roberto C. Salvarezza e Héctor A. Videla, no Instituto de Investigaciones Fisicoquímicas Teóricas Y Aplicadas - Division Eletrocquímica, Argentina, intitulado "Corrosion Of Aluminium And Its Alloys By Microbial Contaminants Of Jet-Fuels", podemos concluir que:
1. O mais importante contaminante microbiológico de combustíveis do tipo querosene (QAV-1), presente nos processos corrosivos do alumínio e suas ligas, inclui um fungo (Cladosporium resinae) e uma bactéria, a Pseudomonas aeruginosa), entre outros;
2. Há formação de uma película biológica entre a superfície do metal, determinando corrosão localizada. Este efeito pôde ser largamente apreciado através da observação microscópica de eletrodos de alumínio situados na fase aquosa de uma cultura, durante diferentes períodos de exposição; e variação do PH, modificado pelo crescimento de fungos.
Permitiram-nos, também, os resultados advindos deste trabalho, a configuração de dois mecanismos básicos envolvidos nos processos corrosivos por microrganismos:
a) variação do PH do meio aquoso;
b) formação de uma pilha de aeração diferencial.
Ao abordarmos o primeiro mecanismo - variação de PH -, iniciaremos com a observação de que, diferentes classes de hidrocarbonetos são preferencialmente atacados por diferentes microrganismos.
Alguns microrganismos dão preferência aos de grande peso molecular, enquanto outros têm tropismo pelos de baixo peso.
Autores como Ingram, Hendey e Vries acham que o fungo Cladosporium resinae é uma espécie lábil, isto é, em alguns casos deu preferência ao QAV-1, como fonte exclusiva de carbono e, em outros, originou formas que atacaram, preferencialmente, os produtos menos pesados, provando assim, sua grande capacidade de se adaptar a diferentes meios e marcante força de sobrevivência.
20 a 50% do carbono assmiliado pela bactéria ou fungo é convertido em matéria celular, sendo alta a proporção nos períodos iniciais de crescimento.
A sobra do carbono é transformada em compostos oxidados, incluindo o dióxido de carbono, ácidos orgânicos (exemplos: oxálico, cítrico, glucônico e etc.), álcoois e éteres.
O acúmulo desses produtos, resultantes dos primeiros estágios de seu desenvolvimento, alterará a reação do meio de diversas maneiras. Entre outras, formando uma solução eletrolítica, na fase aquosa. Os ácidos de baixo peso molecular (ácidos graxos) baixam o PH (= aumento na acidez) da camada aquosa, tornando-a mais corrosiva para os metais. Os metais atacados liberarão íons metálicos com capacidade de reagir e as reações que poderão se processar são várias, enquanto o resultado é um só - corrosão.
Os ácidos graxos de alto peso molecular são agentes tensoativos e sua concentração na interface água-combustível reduzirá a tensão superficial (fenômeno de superfície), permitindo a pronta emulsificação entre os mesmos.
Os álcoois e éteres se distribuirão entre as fases, aumentando a solubilidade da água no combustível. Esse aumento dará, como resultante, uma zona na qual os conteúdos dissolvidos no combustível e na água formarão um verdadeiro caldo de cultura, adequado ao desenvolvimento de muitas espécies de bactérias e esporos de fungos que estavam em minoria e, até então, em estado de vida latente.
O segundo mecanismo - formação de uma pilha de aeração diferencial -, se evidencia no interior dos tanques com combustível - contaminado através do quadro formado pela presença física da "massa lodosa" (de fungos, bactérias e líquens), em contato direto com a superfície do fundo dos tanques.
Nessas ocasiões, estabelece-se um diferencial de concentração de gases: sob a película biológica, como a aeração é pequena, também é baixa a concentração de oxigênio. Por exemplo: Acima, a concentração é alta.
Essa diferença de concentração de oxigênio dá origem a uma diferença de potencial, com transferência de elétrons da área onde o oxigênio é menos acessível (e, por isso, essa área sofre corrosão) para a de concentração mais elevada. Em síntese, observamos ao desenvolvimento de uma forma especial de reação galvânica que, na prática, se explicita como corrosão por pite, "pitting", puntiforme ou "bexigosa" (termo regional) com ataque corrosivo de áreas localizadas, bem definidas e com penetração profunda, extremamente prejudicial.
A remoção da "massa lodosa" poderá revelar a presença de cavidade corroída, puntiforme.
A soma de efeitos desses dois mecanismos resulta em diferentes formas de destruição pela variação do PH (=aumento de acidez), em virtude de material excretado pelos microrganismos. Configura-se um ataque químico à superfície metálica pela formação de pilha de aeração diferencial, corrosão preferencial por pite, intergranular e por desfolhamento.
Conscientes de que, sem água não haverá a proliferação de microrganismos, os autores consultados preconizam a supressão da água estagnada nos depósitos e sistema de combustível, através de drenagem sistemática, contínua, tanto nos tanques dos fornecedores, quanto nos tanques dos aviões.
Esse procedimento, ainda hoje, é de eleição, como medida preventiva (negrito nosso).
Todavia, caso durante a fase de drenagem, como um dos exemplos, seja notada a presença de sedimentos ou de limo, devem as amostras ser imediatamente submetidas a um meio de cultura específico para o desenvolvimento de microrganismos que utilizam o QAV-1 como fonte de carbono, o qual detectará, com facilidade, sua presença ou não, no combustível em prova".

Considerações sobre o texto:

Como podemos observar, queridos leitores, o trabalho realizado foi sério e, em muito, serve para a situação vivenciada pelos proprietários de veículos diesel, especialmente no que foi discorrido acerca da contaminação microbatcteriana do combustível pela ação direta de agentes externos ao mesmo, tais como esporos-corpúsculos.
Felizmente, o desenvolvimento da indústria automobilística, trouxe avanços no campo do armazenamento por pequeno, médio e longos períodos do supramencionado combustível nos veículos, sendo o de maior destaque a adoção de tanques fabricados em material plástico para jipes, picapes e caminhões.
É bem verdade que, sobretudo no meio rodoviário, em que proliferam empresas de transporte de pequeno, médio e grande porte, ainda há a utilização, em larga escala, de tanques metálicos de grande capacidade, em caminhões que percorrem longas distâncias diariamente.
Nestes casos, a problemática da corrosão dos tanques de combustível persiste e deve ser combatida com a adoção de métodos de prevenção, pouco divulgados e empregados até mesmo em função da cultura de indiferença e desatenção total para com metodologias sistemáticas por parte dos brasileiros.
O mais comum, infelizmente, na cultura nossa de cada dia, é a substituição integral de tanques de combustível, já perfurados por processos de corrosão avançados, por novos, com custos operacionais bem mais elevados do que os gerados pela adoção dos, já mencionados, métodos preventivos.
A presença ou a entrada de água no combustível e a ingestão, pelos tanques de combustível, de elementos contaminantes simpáticos à presença da água propriamente dita no hidrocarboneto (combustível) surgem como fatores diretos para os problemas vários que podem ocorrer nos tanques de combustível e, também, nos demais sistemas metálicos integrantes da alimentação do motor diesel.
A solução, então, parece simples: A erradicação da água nos sistemas de alimentação!
Seria simples se não contássemos com fenômenos atmosféricos diários, nos quais a simples variação de temperatura acaba por gerar a condensação do ar atmosférico úmido no interior dos tanques dos veículos diesel, formando gotículas de água nas paredes descobertas e sua consequente interação com o combustível presente no interior do reservatório.
Isso já é contaminação do diesel por água presente no ar atmosférico.
E ocorre diariamente, entre dias e noites em que o a picape, o jipe, o caminhão ou o trator se encontram abastecidos e há espaço, no interior dos tanques, para a presença de ar atmosférico.
Logo, a água é presença inexorável no interior de tanques, como contaminante do diesel que é utilizado.
Como nos livramos dela, de maneira definitiva?
Falaremos sobre isso no nosso próximo artigo, a ser publicado, em breve, neste blog.
Um abraço grande a todos e seguimos com a missão de bem informar os nossos leitores.

sábado, 14 de outubro de 2017

A importância que devemos dar ao sistema de refrigeração dos nossos automóveis (Parte I).

 
Muito boa tarde, meus queridos leitores!

Como estão vocês?
Espero que estejam muito bem! Felizes... 
Tenho pesquisado e estudado muito para trazer boas coisas para vocês... Deixei de me preocupar com o tempo que levo para postar, haja vista a qualidade se sobrepor logicamente à quantidade.
Tá na hora de falarmos abertamente sobre o sistema de refrigeração dos nossos carros, picapes, caminhões e, por mais raro que seja, também dos sistemas de refrigeração líquida das nossas motocas.
Partirei aqui de princípios básicos que norteiam o projeto de um sistema de refrigeração líquida de um motor de ciclo Otto (4 tempos), para explicar, primeiramente, o porquê do tópico em si.
Atualmente, boa parte dos automóveis, que saem das montadoras ao redor do mundo, quase não necessita de cuidados com o sistema de refrigeração.
Isto, graças ao uso maciço de água destilada e de aditivos orgânicos, ab initio (desde o início), em tais sistemas.
Daí, a partir do que acabou de se afirmar, já teremos uma primeira máxima, segundo a qual não falaremos mais que uma motocicleta, um carro, picape ou caminhão é "refrigerado à água", eis que a água, há muito, deixou de ser o elemento único para a refrigeração de um motor.
O correto, hoje, é se afirmar, categoricamente, o seguinte: Um motor é refrigerado por "solução líquida".
A partir de tal assertiva, vamos observar a imagem que inaugura este novo tópico, por favor.
Trata-se de um sistema de refrigeração de técnica bem convencional.
Nele, o próprio motor, através da força que produz, movimenta uma bomba d'água e uma hélice de refrigeração, esta que impulsiona grande volumes de ar atmosférico em direção às aletas de um radiador/trocador de calor.
Toda a solução líquida contida dentro do mencionado radiador/trocador de calor e, também, contida no interior do motor, circula entre si, sob diferentes temperaturas, perfazendo um ciclo endotérmico e um outro exotérmico.
Endotérmico, quando, dentro do motor, a solução líquida absorve calor de todas as paredes internas, impedindo a fusão dos metais empregados na construção do motor.
Exotérmico, quando a solução líquida chega ao radiador/trocador de calor, por ação de um rotor de uma bomba d'água, e libera todo o calor absorvido para a atmosfera.
Trata-se de ciclo incessante, que permite ao motor funcionar e produzir altíssimas temperaturas em seu interior, sem que, este fato em si, acarrete quaisquer danos.
Na imagem, que inaugura o tópico, a cor avermelhada designa o ciclo endotérmico.
A cor verde, por sua vez, designa o ciclo exotérmico.
As setas mostram o sentido do ar atmosférico, que perpassa o radiador/trocador de calor, roubando calor da solução líquida e reduzindo a temperatura da mesma.
Será que ficou claro?
Desta forma, já podemos fazer uma segunda afirmação: A solução líquida não pode faltar no interior do motor ou do radiador/trocador de calor.
Se faltar, não há dúvidas de que problemas vários e graves ocorrerão.
Estas noções básicas serão, a partir de agora, aprofundadas.
Muitos leitores que nunca leram sobre mecânica, não compreendem o funcionamento do sistema de refrigeração dos seus veículos e, por isso, acabam incorrendo em erros graves, como o de permitir, por exemplo, que frentistas de postos de abastecimento completem o nível do reservatório de solução líquida dos motores com água de bica, usando os famosos regadores sujos...
Um crime que é cometido em desfavor do consumidor leigo, que, a partir daquele momento, passa a não entender o porquê da falência gradativa das peças integrantes do sistema de refrigeração do veículo que possui.
Uma terceira regra, então, passa a valer a partir daqui: Nunca use água mineral ou, melhor dizendo, água de torneira para completar o nível da solução líquida do sistema de refrigeração.
Jamais faça isso!
Hoje, todo e qualquer carro, moto, picape, caminhão ou ônibus usa, em seu sistema de refrigeração originalmente concebido, apenas água destilada/deionizada, sem sais portanto.
Essas três lições iniciais ficaram claras, pessoal?
São as mais importantes.
Salvam os consumidores de gastarem muito dinheiro com a reparação dos sistemas de refrigeração dos seus veículos.
E este aspecto é muito bom!
Agora, antes de continuarmos, vamos explicar as diferenças entre a água destilada e a água deionizada que mencionei, eis que não são termos sinônimos.
Na água destilada, primeiramente citada, é a água considerada mais pura que se pode obter.
Nela, temos a remoção, por processo de destilação - daí o termo "destilada" - dos elementos orgânicos  e, também, dos inorgânicos contidos na água, sendo que os elementos inorgânicos ficam como resíduos do processo de destilação.
A água é pura e estéril enquanto isolada do contato com o ar ambiente, apresentando PH 7 (neutro). Acaso exposta ao ar atmosférico, acaba tendo a tendência de acidificar, alcançando o PH 5.5, dada a presença de CO2 (dióxido de carbono) dissolvido.
A equipamento para a destilação da água é simples, sendo denominado "destilador", conforme imagem que veremos abaixo:

Acredito que todos os leitores se lembram dos laboratórios de química dos seus colégios, não lembram? Por isso, já devem ter tido contato com o tal "destilador"...
Já a água deionizada mantém os seus elementos orgânicos e inorgânicos, não sendo, portanto, uma água pura como é a destilada. A deionização (ou desmineralização) é, na verdade, um processo de remoção de íons (cátions/ânions) através de um sistema de resinas trocadoras de íons.
O processo pode ser parcial ou total, de acordo com os métodos de eliminação escolhidos e o grau de remoção necessário.
Quando apenas os íons forem retidos nas resinas trocadoras de íons, a água deionizada ou desmineralizada obtida retém suas substâncias orgânicas e inorgânicas sem carga elétrica.
Portanto, o líquido não é puro.
Nesta forma, a água é utilizada nas indústrias com água de processo. Se for para ser utilizada para fins médicos, precisa obrigatoriamente passar por um filtro biológico, para purificá-la completamente e torná-la estéril.
Já temos, agora, apenas neste tópico, que é uma primeira parte de uma explicação mais extensa, uma quarta máxima que deveremos seguir: A água, a ser utilizada na composição da solução de refrigeração do motor, é a destilada. Não a deionizada!
E qual o porquê de se afirmar que a água precisa ser quimicamente pura, isenta de elementos orgânicos e inorgânicos e com PH neutro?
Deixarei a resposta para um próximo tópico, a ser lançado em breve, no qual falaremos sobre as peças integrantes do sistema de refrigeração, abordaremos a questão da corrosão galvânica e da formulação ideal de uma solução de refrigeração para os motores de nossos veículos.
E em um terceiro tópico, abordarei, também, a questão das siglas e códigos dos chamados "aditivos para radiador", que escondem, por trás de si, especificidades e aplicações absolutamente desconhecidas por parte dos consumidores.
Uma excelente tarde de feriado a todos!
Fiquem com Deus!

Xamã do Brasil.

domingo, 18 de junho de 2017

Uma moto barata... Depois dos primeiros 7.000 quilômetros, fica a pergunta: Valeu à pena?


Boa tarde, meus queridos leitores!

Tudo bom com vocês?
Espero e desejo que sim.
Lembram da Sundown Max 125, prata, que comprei para presentear a patroa?
Fui buscar a mesma em Belo Horizonte e encarei uma viagem "tensa" para o Rio de Janeiro...
Lembram?
Pois é... Lá se vão os primeiros sete mil quilômetros de uso e mais de um ano desde a data de aquisição da motoca.
Como ela ficou? 
O que aconteceu com ela? 
Como ela está hoje?
Farei um breve review do período de uso da motocicleta, com os prós e contras da compra deste veículo, que custou barato, mas veio para a família com uma série de defeitos para serem resolvidos.
Ficou a pergunta no ar: Valeu à pena?
A moto se revelou eficiente em sua função mais basilar?
Será que se trata de veículo que vem cumprindo com suas obrigações sem apresentar defeitos recorrentes?


Sim.
A moto da Sundown, de 125 cilindradas, que custou apenas R$ 3.300,00 (três mil e trezentos reais), adquirida zero quilômetro no mês de maio de 2016, vem sendo uma grata surpresa, após a revisão por que passou aqui mesmo, na casa deste que vos escreve, com a troca de algumas poucas peças, e mais alguns ajustes mecânicos importantes.
A moto chegou ao Rio de janeiro, após uma viagem de mais de 500 (quinhentos) quilômetros, oferecendo riscos ao seu condutor. Tinha defeitos escondidos por uma montagem porca, descuidada, que poriam fim ao motor e a outras peças vitais em pouco tempo, acaso não recebesse imediata atenção.
Vejamos os defeitos que a moto tinha - além dos enfrentados e resolvidos no caminho de vinda - e que passaram despercebidos na viagem inaugural ao Rio de Janeiro:
1º) Eixo dianteiro e traseiro frouxos, sem o devido aperto;
2º) Conduto de ar, que une a caixa do filtro de ar ao venturi do carburador, completamente solto (motor aspirava ar sem a devida filtragem, funcionando como se a moto não tivesse filtro de ar. A braçadeira estava completamente solta e o conduto deslocado para trás, sem a devida junção com o carburador... Vide fotos abaixo);




3º) Cabos elétricos, que saem do sensor do freio traseiro, passados por fora do chicote original da moto, sem qualquer proteção ou fixação adequada (vide foto abaixo);



4º)  Bateria completamente solta, sem a cinta de fixação que a prende à caixa onde fica alojada;
5º) Fusível central e seu chicote completamente soltos, encostando na lateral direita da bateria que, por sua vez, também estava completamente solta, conforme enunciado acima (vide foto do conjunto bateria e fusível, já devidamente fixados em cinta nova, usada em Honda CG);



6º) Pontos de ferrugem e "raspados" em profusão pelo chassis da motocicleta;
7º) Filtro de ar com a espuma se desintegrando e pedaços se espalhando pela caixa do filtro de ar (pedações de espuma só não foram aspirados pleo motor em razão de existir uma tela plástica, bem fina, entre a caixa e o conduto que leva o ar filtrado até o venturi do carburador...);
8º) Cabo de embreagem sem a fixação feita de modo correto, o que fazia com que a embreagem trepidasse ao ser acionada (vide foto abaixo, onde a porca e a contra-porca estão montadas do mesmo lado do cabo e não fazem a fixação correta do mesmo);



9º) Óleo do motor completamente degradado (provavelmente, ainda era o óleo de montagem do motor, datado de 2013...);
10º) Vela de ignição de especificação errada e com eletrodo central já gasto, com folga inadequada (a que estava na moto era uma NGK D8EA, quando a vela de ignição correta seria uma DPR8EA-9);



11º) Respiro da cuba do carburador com mangueira curta demais e rasgada, virada para baixo (se transformou em uma espécie de entrada fácil para qualquer tipo de sujeira na cuba do carburador);
12º) Porcas e contra-porcas de regulagem da tensão da corrente folgadas (perigo muito grande de deslocamento da roda traseira para trás, ainda mais se levado em conta que o eixo da própria roda estava frouxo...);
13º) Retentores de bengala com problemas de vedação (ambos tiveram que ser trocados, juntamente com o óleo das canelas);
14º) Estator com parafuso central folgado, no que resultava um barulho estranho, caracterizado por "batidas secas", dentro do motor (cheguei a desconfiar de discos de embreagem e, até, de que o motor estava chegando já ao seu final de vida...);
15º) Mangueira do respiro de óleo do motor rompida logo acima de sua borboleta de fixação ao bloco do motor, conforme mostra a foto abaixo:



Estas falhas de montagem, de acabamento, e os defeitos da motocicleta, somados aos defeitos percebidos durante a viagem de Belo Horizonte à cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, resultam em um total de mais de 20 problemas verificados, o que soa impensável para um veículo que estava sendo oferecido no site OLX para qualquer pessoa, no que se incluem as completamente leigas no assunto. 
Ou seja, para um leigo em mecânica ou para uma pessoa que desconhecesse completamente o funcionamento de uma moto, que adquirisse um veículo de baixo custo como o meu, para o uso diário, os problemas não demorariam muito a aparecer e, certamente, custariam caro para serem resolvidos.
A moto foi desmontada e vagarosamente observada após a chegada em Niterói/RJ.
Foi a partir daí que as falhas começaram a aparecer.
Já sabia, de antemão, que teria de desmontar completamente o carburador, regular as válvulas de admissão e de escape e que teria de fazer várias verificações outras, como a questão da vela de ignição e da fixação do chicote elétrico do veículo. A verdade é que tinha acabado de comprar, nos idos de 2016, um veículo adquirido em lotes, em leilão da massa falida da finada fábrica da Sundown, que pertencia ao falido grupo "Brasil em Movimento".
E isso não cheirava a boa coisa quanto à qualidade da montagem da motocicleta.
No final das contas, percebi que fora um milagre conseguir rodar inicialmente mais de 500 (quinhentos) quilômetros com a moto, sem enfrentar problemas maiores ou, até mesmo, uma eventual queda.
Por essa razão desaconselhei, em postagem anterior, datada ainda do ano de 2016, a aquisição de uma moto como a minha, da forma como fiz... Para uma pessoa leiga e até mesmo para a minha pessoa, significou um risco a mais e que não deveria ter sido enfrentado.
Bom, mas e aí?
A moto foi consertada em todos os pontos verificados?
Sim, ela foi.
Eu mesmo fui fazendo os ajustes e os consertos, no decorrer de uma semana.
Exemplo disso foi que tratei até dos pontos de corrosão e dos arranhados profundos que encontrei no chassis da moto. Para isso, usei lixa, fosfatizante, primer e esmalte sintético preto brilhante, o que deixou o quadro com cara de novo.
Os parafusos do quadro, aliás, tiveram que ser todos reapertados, da mesma forma como foram os parafusos de fixação dos eixos das rodas dianteira e traseira.
O chicote do sensor do freio traseiro foi literalmente "escondido" dentro de um tubo plástico flexível, conhecido como "macarrão", e que comprei a metro, em uma boa loja de autopeças... 
Uma falta de cuidado com a montagem, como se vê, bem barata de resolver.
A vela de ignição foi substituída por uma nova e de especificação correta. A que estava na moto, com menos de 1.000 quilômetros rodados, já apresentava carbonização excessiva e desgaste do eletrodo central perceptível, o que me deixou deveras preocupado com a situação da mistura ar/combustível.
O cabo da embreagem foi, enfim, fixado e regulado da maneira correta. 
O carburador foi completamente desmontado, em um trabalho que gastou muito descarbonizante e querosene, para uma perfeita limpeza de giglês e dos canalículos internos da peça. O ajuste final, já com o motor quente, levou tempo e me custou um pouco de paciência, eis que demorei um pouco a achar a mistura ar/combustível que julgava ideal para o motor.
As válvulas foram, de igual forma, reguladas com a necessária precisão de um calibrador.
No que diz respeito ao filtro de ar de espuma, cujo material estava se desfazendo, optei por um filtro de ar de elemento seco, de papel, da marca Valflex. A peça, que custou incríveis R$ 15,00 (quinze reais), utilizada é a destinada à Suzuki Yes 125, mas cabe com perfeição na caixa do filtro de ar da Sundown Max. 
Ao que parece, o quadro da Yes e da Max é o mesmo e algumas das peças, como a caixa do filtro de ar, são também idênticas.
Mas o que me deu mais trabalho, de longe, nos reparos que fiz na moto, foi a substituição dos retentores das bengalas e conseguir encontrar o defeito na porca central do estator, que estava folgada e fazia um "toc toc" irriante no interior do motor.
Foi durante a regulagem das válvulas, quando tive que abrir a pequena tampa que fica no centro da lateral esquerda do motor, que verifiquei que a porca central de fixação do estator estava solta, com uma folga enorme. Eu simplesmente girava a porca, sem girar o estator e, consequentemente o motor como um todo, dada a folga existente...
Vejam só o tipo de defeito que tive de descobrir!
Antes de achar o defeito propriamente dito, percebera um ruído estranho no motor, acompanhado de um barulho estranho nas válvulas, iniciado por volta dos 4.500 rpm.
Quanto ao óleo do motor, adotei o Lubrax semissintético, de especificação 10W - 40, que acabou se adequando bem ao uso em trânsito pesado da moto e às constantes partidas a frio do motor.
Feitos os reparos, a moto começou a rodar bastante, sob observação constante, seja na cidade de Niterói, em meio a um trânsito louco, como também em pequenos passeios pela região dos lagos, nos arredores do mencionado município.
Passados mais de doze meses desde a aquisição, o que deu defeito na motoca?
Pouca coisa.
Os parafusos de fixação do espelho protetor do escape, que é uma peça cromada e que fica sobre o tubo do escapamento, se soltaram e um aperto foi suficiente para resolver o problema. Uma lente de um dos piscas se quebrou, após a moto transitar por piso de paralelepípedo, e foi substituída por uma nova, ao custo de R$ 10,00 (dez reais).
E foi isso!
O que tenho a dizer da moto, segundo relatos de quem mais anda com a Max, é que se trata de uma moto fraca, em termos de motor. São, afinal de contas, apenas 10,87 cavalos e menos de 1 quilograma força de torque. A relação final longa é um outro problema, que piora a questão da falta de potência e torque do motor Qingqi de 125 cilindradas, apesar de garantir menos rotação ao motor ao longo de sua vida útil.
No que tange à economia de combustível, não há muito também o que se dizer.
A média de consumo, em uso urbano, é de aproximadamente, 31 quilômetros por litro de combustível, o que não é nada de excepcional, se levados em conta o tamanho do motor, o baixo peso da moto e de sua proprietária e o fato de ainda se tratar de um motor carburado.
Enfim, como meio de transporte em centro urbano, sem garupa, cumpre a sua função.
Não se trata porém, de veículo apto a longas viagens e ao uso com garupa, dada a inadequação de seu motor com maiores cargas.
Pelo preço que foi pago e por se tratar de um veículo zero quilômetro, pode-se dizer, hoje, que, após a revisão realizada e dos defeitos terem sido todos sanados, que a Sundown Max valeu à pena.
Entrou para a família e e para o grupo de veículos que a servem de maneira tímida, mas válida.
Custa pouco para manter e o valor de IPVA, perto dos dispendidos com os demais carros e com a outra moto da casa, é o menor, restando inferior a R$ 300,00 (trezentos reais) por ano, já incluído o valor do Seguro Obrigatório.
Enfim, este é o review.
Repito que não aconselharia, de forma alguma, para um leigo a aquisição de uma motocicleta da forma como fiz, pelos vários motivos já apontados, mesmo em se levando em conta apenas o valor inicial de aquisição do veículo.
Os riscos são grandes.
No meu caso, tive um misto de oportunidade e de sorte com a moto, que não veio com falhas mais graves e caras de resolver.
Garantia?
Não houve!
Como narrado em várias postagens anteriores, enfrentei alguns problemas mais explícitos durante a viagem de Belo Horizonte à Niterói e nenhum deles foi coberto/ressarcido pelo vendedor da moto. Este, inclusive, após um primeiro contato telefônico meu, no qual narrara os contratempos enfrentados, deixou de atender às ligações posteriores e mentiu descaradamente ao me prometer, após o mencionado primeiro contato telefônico, que faria o reembolso das quantias por mim dispendidas durante a viagem.
Detalhe: Foram quantias pequenas, que não chegaram a R$ 50,00 (cinquenta reais)!!!
Vejam, a seguir, em sequência, a foto da peça que quebrou e que foi trocada durante a viagem, a foto da peça nova (já instalada na motocicleta) e fotos da relação de peças trocadas e dos valores pagos pelas mesmas, constantes da nota fiscal gerada pelo Concessionário Honda Easy Way Motos, do município de Conselheiro Lafaiete, estado de Minas Gerais:

 




Pouca coisa, mas nenhum dos valores foi ressarcido...
Ou seja, se eu tivesse enfrentado problemas graves de motor, teria certamente que entrar na justiça para conseguir obter os valores do vendedor da moto.
Será que isso valeria à pena?
Bom, são estas as considerações que faço sobre o negócio como um todo.
Deixo, aqui, para a reflexão de vocês, queridos leitores, mais um post e prometo, em breve, um que tratará de um assunto que há muito iniciei, mas que não conclui.
Garanto que será tratado com muita profundidade o tema "biodiesel" e, de igual forma, abordarei uma forma moderna e eficaz de evitar problemas nos modernos motores diesel das picapes e caminhões atuais.

Um beijo grande no coração de todos,
Xamã do Brasil.

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Para quem, como eu, possui uma Huanghai Plutus, deixo aqui conselhos de peças compatíveis...


Boa noite, meus queridos leitores!

Sumido faz algum tempo, o Xamã resolveu renascer das cinzas e decidiu ajudar os donos de um carro bem específico, cujo nome é Huanghai Plutus.
E aí? Alguém já ouviu falar dele?
Creio que, para a grande maioria dos leitores do blog, este carro sequer existe.
Bom, o fato é que existiu e ainda há cerca de 300 picapes dessas circulando pelas estradas do Brasil.
Obviamente que, em olhando para a foto inserida logo no início do post, muitos dirão o seguinte: "Ahhhh, é aquela picape que parecia uma Silverado!".
Pos é! É a própria!!!
Uma delas, por sinal, está em minhas mãos e já é uma espécie de "xodó" meu.
Mais conhecida como "Effa" Plutus, Plutus ou Huanghai DD1022E, trata-se de um carro chinês que chegou ao Brasil no ano de 2011 sem qualquer grande divulgação, sob as mãos do importador Effa Motors.
Um lote inicial de 100 (cem) unidades chegou em meados de 2011 e um segundo lote, ainda em 2011, de mais 200 unidades, foi trazido ao país.
E parou por aí!



Raridade nas ruas, trata-se de um carro muito simples, vendido em versão única, equipado com pouquíssimos módulos eletrônicos ou peças que possam quebrar, impulsionado por um robusto motor diesel da marca DEUTZ, padrão EURO III, de código CA4DC2 10E3.
Curiosamente, o manual de reparo do motor, em formato .PDF da própria Effa, informa que o código do motor seria CA4DC2 12E3, ou seja, uma versão EURO IV do motor.
É um motor turbo, com intercooler, de 3.168 cm³ de deslocamento, apenas 103 cv e 26 mkgf de torque, com injeção ainda por bomba rotativa da marca Bosch, modelo CP1H3, muito popular em caminhões pequenos, utilizados para entregas rápidas, em todo o território Chinês. 
Sua utilização em veículos de transportes de vários fabricantes é de tal forma "popular" haja vista a baixíssima manutenção ao longo de uma vida útil muito longa (cerca de 700.000 quilômetros, em média...) e, principalmente, pelo fato de ser muito econômico, mesmo quando mais exigido.
Enfim, a Plutus é um carro bem servido de motor diesel, mas seu importador nunca divulgou que a picape era servida por um motor nobre e muitíssimo resistente...
Parece, sinceramente, que a Effa não desejava o sucesso da Plutus.
Como é simples, conceitualmente e tecnicamente falando, não é uma picape "delicada", e que apresenta problemas quando encara combustível do tipo S-500 ou, até mesmo, S-1800 vendido no interior. Infelizmente, não se pode dizer o mesmo quando o assunto são os caminhões JMC N601 e N900, importados na mesma época pela Effa, e que apresentam, até hoje, problemas crônicos de bicos injetores, quando combustível de pior qualidade é utilizado por um período mais longo.
A Plutus, por sinal, também foi vitimada... Mas o foi por obra de seu importador.
Mal divulgada e trazida sem a confiabilidade indispensável no que concerne, principalmente, ao pós-venda, tornou-se um verdadeiro "mico" nas revendas Effa, apesar do preço competitivo para a faixa mercadológica em que se encontrava inserida. Em razão disso, não houve, por parte da Effa, já no ano seguinte ao do seu lançamento no Brasil, a vontade de importar novamente a picape.
Para quem acreditou na marca e no carro, restou o medo e as incertezas de sempre...
Afinal de contas, como ficaria a manutenção dos motores, das suspensões e dos itens de acabamento que, eventualmente, viessem a sofrer danos? Como seria feito?
O dilúvio que pairou, momentaneamente, por sobre as cabeças dos proprietários foi sendo gradativamente atenuado por lojas que surgiram na internet e em função do trabalho da própria Effa Motors, que abriu uma loja virtual, bastante variada em itens, para suprir as demandas de peças de reposição.
E os custos? Como ficaram os custos de manutenção?
Bom, a Effa literalmente "caprichou" nos preços de peças digamos... Bobas! Faróis e lanternas são vendidos, atualmente, na loja virtual da marca, por valores absurdos e alguns itens, como uma caixa de direção hidráulica ou um conjunto de embreagem, passam muito longe do que podemos chamar de valores razoáveis ou aceitáveis.
Aparentemente, a Effa tenta, com isso, desencorajar alguns proprietários, notadamente os mais apaixonados pelo bom carro que a Plutus é, a permanecerem mais tempo com o veículo...
Coisa de doido, não é mesmo???
O próprio importador joga contra o veículo que outrora comercializou. Coisas do Brasil e do empresariado que vem para cá...
Há outras lojas, que comercializam mais alguns itens, por preços mais razoáveis, mas há peças que, sinceramente, nem a Effa e nem os importadores independentes terão o prazer de me vender...
Sabem o porquê?
Porque o Xamã achou itens que são compatíveis com o carro e que podem ser adquiridos, com muita facilidade, nas melhores lojas de autopeças espalhadas pelo Brasil.
Chega de pagar R$ 160,00 (cento e sessenta reais) por um simples kit de filtros do Mercado Livre, pessoal!
Segue, então, uma primeira lista, com o que achei para a Effa Plutus e que custa bem mais barato, no que diz respeito à manutenção:

Filtro de ar (código original EFFA 700273 ou 107003023):

1) Wega JFAE00;
2) JP001193.

Filtro de combustível (código original EFFA 700692 ou 600265/Kia 313003E200 313003E000, mesmo Kia Sorento diesel 2.5 2004/2005):

1) Fram PS8787;
2) Purifilt P250R (tem que substituir todo o conjunto original, no que se inclui o cabeçote, que deve ser trocado pelo do próprio Purifilt P250R. Neste caso, deve-se adquirir uma bomba para purga de ar no sistema, pois o cabeçote do Purifilt não possui bomba para purga). No meu carro, uso o P450R, que tem elemento filtrante maior, se comparado ao P250R, e roda cerca de 40.000 quilômetros sem substituição. Tem que ser feita adaptação no que concerne aos sensores de temperatura do diesel e de detecção de água, haja vista a tecnologia totalmente nova do Purifilt. Melhor é colocar o Purifilt antes do filtro original, como filtro primário, e manter o sistema original intocado, para evitar problemas com os sensores originalmente utilizados no veículo.

OBS: A lista anterior foi suprimida pelo fato de eu ter testado alguns dos filtros elencados e, simplesmente, a instalação não ter dado certo. A questão não foi a rosca de fixação do filtro no cabeçote, mas o encaixe do sensor de água na parte inferior do filtro. Muitas vezes, a rosca do sensor não tinha a medida certa para ser fixada ao filtro ou a flange inferior do filtro era grande demais e não permitia a perfeita vedação do sensor de água. Assim, a única instalação que ficou 100% foi com o filtro FRAM PS8787. 

Filtro de óleo do motor (código original EFFA 600801, 503388 ou 1012160TA):

1) Japan Parts FOBR68S;
2) Wega WO790;
3) Wega JFOM00;
4) Japan Parts FO012S;
5) Mahle OC1238;
6) Mahindra 9420000073;
7) Fram PH2856;
8) Tecfill PSL321;
9) Mann W92025;
10) AC Delco 01FBO007;
11) Wega WO500;
12) VOX LB321;
13) Fram PH2992;
14) Wix W51334;
15) Wix 51381;
16) Mann W79;
17) Bosch 0986B00023;
18) Allis Chalmers 4920158;
19) AC Delco PF1127;
20) Mahle OC100;
21) Mann W923/11.

Bico Injetor (Bosch):

Código OEM: 0 445 110 291 ou 0445110291.



Achei barato no seguinte endereço eletrônico, no site Aliexpress: “https://agere.pt.aliexpress.com/store/1095269?spm=2114.10010308.0.0.DZro3I” e “https://pt.aliexpress.com/store/1066141?spm=2114.10010308.0.0.Zz5PDN”).

Pulverizador do bico (código OEM): DLLA 155 P1674 (achei barato na seguinte loja: “https://pt.aliexpress.com/store/513869?spm=2114.10010308.0.0.26kz3I”) ou 0 433 172 026.

Bomba de alta pressão Bosch CP1H3 (Commom Rail):

Código OEM: Bosch CR/CP 1H3/R85/10-789S ou 0445010158 (Pode ser utilizada a Bomba Bosch de código 0445010159).



A Bomba de "Alta", como é chamada a Bosch CP1H3, é um produto encontrado nos caminhões Effa JBC 3.2 - com o qual a Plutus compartilha o mesmo motor Deutz Dalian -, nas Fiat Ducato, Peugeot Boxer e Citroen Jumper, estas últimas equipadas com motores 2.3 16v Multijet. Trata-se de uma bomba considerada "simples" no atual universo dos motores diesel e um kit de retentores, de boa marca, costuma ser barato, na faixa dos R$ 200,00 (duzentos reais) ou menos. O código da Bosch para o kit de reparo é o 1 460 595 011. Há um outro fabricante de kit de reparo, que é a ZEXEL. O código do kit de reparo desse fabricante é 149010-0300.
A bomba CP1H3 é a mesma que equipa os motores dos Nissan Patrol II 3.0 Diesel (código ZD30DDTI). Estive pesquisando a compatibilidade dos componentes desse código de bomba em comparação às bombas utilizadas nas Plutus e é tudo igual. A atual numeração costuma acalmar os mecânicos que encaram o motor Deutz pela primeira vez, achando se tratar de mais uma famosa "porcaria chinesa", como costumo ouvir quando faço manutenção na Plutus.
Curiosamente, o manual de manutenção da Effa, além de informar que o motor seria um CA4DC2 10E4 (Euro IV), também informa o código errado da bomba de alta, enunciando que a mesma seria o modelo Bosch CR/CP 1H3/R85/10-789V...
Vejam que o código da peça termina com a letra "V" e não "S".
É muita confusão para uma empresa só, não acham?
Um problema muito comum nesses carros diz respeito à solenóide de controle de pressão da bomba de combustível. Quando apresenta defeito, a Effa tem a pachorra de somente oferecer a bomba injetora inteira para reposição, eis que na mesma está contida a solenóide.
Os diagnósticos do defeito da peça são os seguintes:
a) Queda do rendimento do motor, com ligeiro aumento de consumo de combustível;
b) Queda do regime de giros do motor, que não consegue ultrapassar certa faixa de rotação (no geral, não passa dos 2.000 rpm);
c) Dificuldade em desligar o motor, que demora um pouco a "cortar" após a chave de ignição ser colocada na posição "off".
Bem, essa oferta da Effa, limitada à troca completa da bomba, chega a custar para o consumidor mais de R$ 9.000,00 (nove mil reais), acaso a aquisição da peça inteira seja feita na loja virtual da Effa.
Mas há soluções muito mais baratas para o problema.
A solenóide ou, mais popularmente, "válvula reguladora de pressão" em questão é uma peça pequena, que fica localizada na parte de cima da bomba CP1H3  (vide foto abaixo). É da marca Bosch e atende pelo código original 0 928 400 728.
Com o código supramencionado é difícil de encontrar no Brasil, mas pode ser adquirida facilmente, na internet, no Mercado Livre, por exemplo, por coisa de R$ 600,00 ou menos, sendo que a peça que será utilizada é também da marca Bosch, só que atendendo pelo código 0 928 400 726.
Vejam bem: Apesar do código ser diferente, a "válvula reguladora de pressão" pode ser aplicada sem qualquer problema à bomba injetora da Plutus. A solenóide é a utilizada nas Ducato, Jmper e Boxer 2.3 16 válvulas Multijet. E vai funcionar perfeitamente!

 
Suspensão dianteira:

Aqui, uma observação: Nunca mexi na suspensão dianteira do meu carro, mas, durante o alinhamento e regulagem de cambagem da suspensão do mesmo, o mecânico do auto centro me alertou para o fato de todas as peças serem idênticas às da Mitsubishi L200 GL/GLS, com motor 2.5, 4x4, fabricadas entre os anos de 1991 e 2007, as famosas "quadradinhas". Até os amortecedores seriam os mesmos! Neste aspecto, em particular, as diferenças de preço e de qualidade são gritantes. Um jogo de balanças dessas L200 costuma custar cerca de R$ 500,00 (quinhentos reais), já incluindo agregados como pivôs e terminais de direção. A Effa, em sua loja virtual, cobra mais de R$ 1.000,00 (mil reais) por uma simples balança de suspensão...
A exceção fica para o desenho da parte superior da bieleta, que difere totalmente da peça utilizada na L200.
Para quem possui o carro e for mexer na suspensão, aconselho fortemente retirar a peça do carro e levar até uma autopeças, para verificar se, de fato, há tal semelhança. Visualmente, já verifiquei! Realmente a informação "bate" e parece ter fundamento.

Capa dos parafusos dos limpadores do pára-brisa:




Peça que some ou que acaba sendo perdida com facilidade. Utilize as capas dos Volkswagen Fox, New Beetle, Bora, Gol, Voyage e Saveiro G5, pois são baratas (em média, custam coisa de R$ 5,00...) e casam com perfeição nas sedes dos braços dos limpadores de pára-brisa da Plutus. As peças tem encaixes idênticos e formato externo igual também! Parecem peças originais de fábrica!

Ficha técnica com informações gerais:

Posto, aqui, uma ficha técnica com as informações mais comuns e indispensáveis a quem possui o carro, tais como amperagem máxima da bateria (a amperagem mínima fica nos 90 ampéres, OK!?!), níveis dos fluidos e valores de alinhamento (divergência, convergência), cáster e cambagem. Prefiram o fluido de freio DOT 5.1 ao já ultrapassado DOT 3 indicado e, se possível, usem fluido de direção hidráulica DEXRON VI no lugar do DEXRON III. Prestar especial atenção na forma de abastecimento do óleo do diferencial (o nível do óleo correto fica 5mm abaixo do bocal de abastecimento...) e, por favor, faço questão de discordar do óleo do câmbio e do diferencial recomendados na ficha, eis que devem ser de especificação 75W-90 API-GL4 e 85W-90, API - GL5, respectivamente (usei, no diferencial, o Mobil Hd-a 85W-90 API - GL5).
No caso da observação que fiz, que diz respeito à caixa de marcha, de fato tive de pesquisar muito para achar o que realmente deveria utilizar no carro.
Curiosamente, há menção de muitos defeitos na caixa de marchas das Plutus e acho que a razão para isso é muito simples: A errônea indicação do lubrificante por parte da Effa.
Isso mesmo!
Fui ao site do fabricante da caixa de marchas na China, que é a ZOMAX.
Encontrei o modelo da transmissão da Plutus, que segundo consta no manual de reparação da própria Effa, é a ZM001DF-6.9-5. No manual do proprietário da Effa Plutus, porém, consta que a caixa seria a ZOMAX ZM001B5-3.2-15. Pois bem, em qualquer dos casos, o fabricante da caixa indica, para a mesma, o lubrificante de viscosidade 75W90 API-GL4, sendo que a Effa fala abertamente no uso de um 85W-90, API-GL5, o que resulta em consequências nefastas para a operação do mecanismo. Pode haver dificuldade (dureza excessiva) e/ou falhas no engate das marchas, com arranhões e danos nas engrenagens. Se o óleo correto é o do de classificação API-GL4, jamais poderia ser indicado um de classificação API-GL5, mas o importador oficial o faz e pode ter sido essa a razão para diversos problemas de transmissão das picapes.
Como eu já havia dito, a Effa é o típico caso de "fogo amigo"...
No meu caso, especificamente, abusei e gastei, pois parti para a utilização de um Motul Gear 300 75W-90, API-GL4/GL5, cuja formulação contém éster. Trata-se de um lubrificante muito caro, mas que garante vida útil muito longa para os componentes internos da transmissão, que pode passar dos 500.000 quilÔmetros sem avarias em rolamentos ou falhas nos engates de marcha.
Segue, abaixo, a ficha técnica:



Bom, meus amigos, por hoje é só!
Voltei!
Vou adicionando itens ao texto, com o passar do tempo, e à medida em que for encontrando mais peças compatíveis com o carro, de modo a reduzir os custos de manutenção do mesmo.
Esta versão do texto já é uma atualização e data dos 29 dias do mês de setembro de 2017.
Não vou me alongar mais, pois tem mais posts sendo preparados, para informar mais e melhor todos vocês, que me acompanham já há tanto.

Um beijo grande no coração de todos,
Xamã do Brasil.

sábado, 24 de dezembro de 2016

Feliz natal a todos!!!


Muito boa tarde, queridos leitores!

Dia 24 de dezembro... Passou rápido, não passou?
Acho que sim.
E as festas estão aí.
Faço, então, os seguintes votos:
Desejo a todos, que me acompanharam neste ano complicado, um natal maravilhoso!
Desejo que vocês estejam próximos das pessoas que amam e que sejam felizes nas comemorações.
Desejo, de coração, que possamos nos comunicar mais no ano que virá, que será melhor e mais produtivo.
Desejo que vocês consigam realizar os sonhos que não vieram... Ainda!
Mas eles virão!!!
Força, fé e trabalhem pensando que é a dedicação diária que nos leva a atingir os objetivos colimados.
Falo para vocês e falo, também, para mim...
Demorei a desenvolver certos temas e os tópicos inovadores foram poucos, perto do que eu tinha em mente, mas tais observações servem de puxão de orelha para o ano que, em breve, se iniciará.
Vamos que vamos, meus amigos!!!
Já estamos com quase 10.000 visualizações.
Será que, na virada para 2018, estarei comemorando 100.000?
Espero que sim!
E vou correr atrás disso.
Preocupado sempre em levar a vocês informações de qualidade, OK!?!
Fiquem todos com Deus e aproveitem muito os momentos... São eles que escrevem nossa estória e que contam nosso histórico, ao final de tudo.
Um beijo enorme no coração de todos!

Xamã do Brasil.

domingo, 30 de outubro de 2016

Oportunidade única na internet... E lá vamos nós! Eu e uma motoca 125, zerada, sem placa, de Belo Horizonte ao Rio de Janeiro - Parte III



Boa noite, queridos leitores!

A foto acima ilustra a minha chegada, a bordo da Sundown Max SE, à cidade mineira de Barbacena.
Antes da chegada à referida cidade, me dei o direito de tirar algumas fotos quando passava por Alfredo Vasconcelos, cidade pequena e que fica a coisa de 177 quilômetros de Belo Horizonte.


A visão da motoca e da placa da cidade pela qual passava. O autor deste blog queria documentar os momentos vivenciados a bordo da pequena Sundown Max 125, antes de a entregar para sua verdadeira dona.

Ao chegar em Barbacena, escolhi, como ponto de parada, um lugar que é referência na BR - 040, para almoços e jantares em viagens longas.
O lugar é bem conhecido e possui um posto de gasolina da Shell em seus arredores e foi neste posto que abasteci pela primeira vez desde que a viagem, rumo ao Rio de Janeiro, se iniciou.
A gasolina utilizada foi a Shell V-Power. Afinal de contas, precisa do efeito detergente constante do combustível aditivado. 
Lembro-me que o hodômetro da moto marcava apenas 191 quilômetros rodados e ainda havia combustível no tanque suficiente para rodar bastante, antes que fosse necessário parar para abastecer, mas preferi, naquele ponto da viagem, diluir ainda mais a sujeira que pudesse estar em suspensão na gasolina Podium que colocara em Belo Horizonte.
A Max SE, a esta altura, já andava melhor, bem mais disposta... O que me preocupava, agora, era o barulho da batida das válvulas, por volta dos 6.000 rpm. Estava alto demais. Talvez mais uma outra e desagradável consequência da ausência de uma revisão de entrega feita com critério.
Daí a opção por forçar o motor o mínimo e evitar giros mais altos do que os 6.500 rpm em quinta marcha, quando eu obtinha cerca de 85/90 quilômetros por hora no velocímetro.
A velocidade de cruzeiro, diga-se de passagem, era de 80 quilômetros por hora, a cerca de 6.000 rpm...
Tive a sorte de estacionar a motoca bem ao lado de um Chevrolet Opala coupé, de cor azul, quatro cilindros (motor 151), todo restaurado, no estacionamento da lanchonete/restaurante. Foi uma imagem bonita e que fiz questão de guardar.
O que não foi nada bom foi o atendimento no local.
Um pouco cansado e com a região lombar doendo horrores, ao adentrar na lanchonete - cujo design é bem peculiar -, recebi, logo de início, um "Ôôôôôôô, cara! Vai querer o quê, hein!?!".
Eu estava caminhando em direção ao banheiro do estabelecimento e respondi à moçoila, que me olhava do balcão, o que me veio à cabeça...
Disse, simplesmente, um "Inicialmente, a primeira coisa que eu quero é ser bem atendido!".
Adentrei o banheiro, lavei o rosto e as mãos e, ao retornar ao saguão da lanchonete, me restringi a pedir e a tomar um café expresso.
Deixei o local mais rápido do que imaginara e voltei à estrada.
Meu ponto de parada, agora, ainda sem o tão sonhado almoço, seria no Graal do município de Juiz de Fora, às margens da estrada, apenas a algumas centenas de quilômetros do meu amado Rio de Janeiro.
Sem querer desmerecer Minas Gerais, mas já me saltava aos olhos que minha "frequência" não estava batendo muito com o humor típico mineiro, naquele momento.
Sobre a questão que me vinha à cabeça, a todo instante, e que dizia respeito à viabilidade da aquisição da moto pelos R$ 3.300,00 (três mil e trezentos reais), parcelados, respondo, no exato momento em que escrevo este post, categoricamente, o seguinte: Só valeu à pena pelo fato de eu ter chegado em casa e, em função de entender alguma coisa acerca de carros e de motos, ter consertado mais de vinte (!!!) itens no veículo, antes de o entregar à esposa.
Isso mesmo, amigo leitor! Havia muita coisa errada na montagem e regulagem da motoca.
Para um leigo, que tivesse a impressão de estar comprando uma motocicleta nova e sem detalhes, digo e repito: Jamais faça o que fiz! Jamais entre em uma roubada dessas!!!
O barato sairá caro, em um curto espaço de tempo.
E o vosso suado dinheiro terá sido gasto em vão, em algo que dará muitos prejuízos.
Mas... Vamos voltar à viagem e ao seu deslinde.
Deixei a cidade de Barbacena, com o tanque lotado de V-Power misturada à Podium, e segui em frente, mantendo a velocidade média sempre na faixa dos 80 quilômetros por hora, com direito a picos de 85/90 quilômetros nos declives.
Haja emoção!
A Sundown Max se revelou uma moto macia, no que concerne à suspensão. Não é dura como as CG. Desagrada, porém, o curso muito curto da suspensão dianteira que, apesar de macia, como mencionei, chega ao final de curso fácil e dá uma impressão de "batida seca" e, consequentemente, infunde no condutor certa noção de fragilidade.
Uma Suzuki Intruder, nesse aspecto, é muito mais bem resolvida.
A própria CG 160 o é...
Ajuda, também, no conforto de pilotagem o fato de ter a embreagem muito macia. É verdade que me chateava o fato da embreagem estar trepidando muito nas arrancadas, em uma moto que sequer havia chegado aos 300 quilômetros rodados. Mas eu já sabia que havia um motivo para a trepidação e que tal motivo residia no fato do cabo estar completamente solto, após ter sido montado da maneira errada.
Os pneus diagonais, belos em desenho e da desconhecida marca Rottyre, revelaram-se bons companheiros de viagem, mostrando maciez e boa aderência nas muitas e perigosas curvas da BR - 040. Foram calibrados como se a moto fosse rodar com garupa, com 26 e 34 libras, na dianteira e na traseira respectivamente, o que foi um erro só notado após eu deixar o autocentro em Belo Horizonte para trás.
Com uma calibragem de 25 libras na dianteira e 29 libras na traseira, conforme explanado em adesivo colado na bandeja da suspensão traseira da Max SE, a viagem teria sido mais confortável e a moto teria se revelado ainda mais macia.
Algumas horas depois de tais conjecturas, cheguei finalmente ao ponto de parada colimado: o Graal de Juiz de Fora.
Era hora, finalmente, de parar a moto, descansar as costas e comer alguma coisa.

A chegada em Juiz de Fora me animava ainda mais, pois faltava pouco para estar em casa. O comportamento da moto já se aproximava mais do que seria o normal para um veículo novinho em folha. O que "matou" foram os preços cobrados por uma refeição simples no Posto Graal... 


Escolhi uma mesa isolada, em meio às poucas pessoas que estavam no local. No prato, optei por mais salada e menos carne, dando-me o direito de degustar um pequeno pedaço de salmão... O ar-condicionado e a limpeza do restaurante me acalmaram ainda mais.
Mas... Os R$ 34,00 (trinta e quatro reais), cobrados por cerca de 400 gramas de comida, me tiraram boa parte do prazer da parada.
Que coisa horrível é precisar de serviços, no Brasil de hoje, em meio a uma estrada longa como é a BR- 040!
Descansei, enfim, por cerca de meia hora.
Bebi uma água geladíssima para abaixar a temperatura do corpo e da mente e seguir em paz o restante do caminho. Uma Brahma gelada, à beira-mar, teria sido melhor, mas não era exatamente o mais certo a se fazer quando se ia encarar uma estrada perigosa e com uma moto 125, de modo que deixei a ideia em segundo plano... O final da tarde com sol - lindo, por sinal -, depois de enfrentar quase que todo o trecho de estrada, até ali, com tempo nublado, já me adiantava que enfrentaria a escuridão da noite e a situação do farol da moto, virado para a lua, não me animava em nada.
Pensei em tentar achar uma chave 12, para a regulagem do farol antes de continuar, mas o fator tempo falou mais alto... Quanto mais tempo parado, mais tarde chegaria em casa.
Mesmo precisando relaxar mais um pouco, paguei a conta e voltei para a estrada.
A surpresa veio logo que me acomodei na Sundown e dei a partida.
O motor não mantinha a rotação.
Ligava e, com o acelerador acionado, falhava, falhava e, depois, apagava.
"Putz! Tô lascado!!!", pensei.
É... A sujeira do carburador estava fazendo a sua parte.
Desci da moto, coloquei o mochilão no chão e parti para única solução que me cabia tomar naquele momento: Limpar os giclês com pressão de ar, após esvaziar a cuba do carburador.
No jogo de ferramentas que levei comigo, para a instalação da antena corta-pipa, havia uma chave de fenda que me permitiu abrir o parafuso de dreno da cuba do carburador. E assim fiz!
Fechei a torneira do registro do tanque de combustível e drenei o combustível que havia na cuba, após colocar a moto por sobre o cavalete central.
Fechei o dreno e, após voltar a moto para a posição normal, apoiada na lateral, caminhei com ela até onde havia um calibrador de pneus, próximo às bombas de abastecimento do posto do Graal de Juiz de Fora.
Retirei, com alguma dificuldade, a mangueira que sai do registro do tanque de combustível e que conduz a gasolina para o carburador. Já sabia que, pelo fato de ter esvaziado a cuba, o estilete estaria aberto e passível de admitir ar, sob pressão, que fosse injetado por meio da mangueira de combustível.
Desloquei a pequena mangueira de borracha, que também serve de dreno da cuba, quando há problemas de estilete travado aberto (e eu sei bem o que é isso...), e o coloquei ao lado da mangueira que faz o papel de respiro da cuba do carburador. Tranquei as duas mangueiras, ao mesmo tempo, com os dedos, de modo que, se ar fosse injetado sob pressão no carburador, este só tivesse um lugar para sair: os próprios giclês.
Isto, em suma, forçaria o desentupimento dos mesmos, com ênfase no giclê de baixa, que é menor e receberia mais ar em comparação ao giclês de alta, cuja agulha se encontrava, naquele momento, na posição mais baixa, quase fechada.
Com a ajuda de um frentista solidário, que fez, com a própria mão, a junção da mangueira de enchimento de pneus e da mangueira de combustível da moto, o calibrador de pneus foi acionado na função "pneu vazio" e mandou um jato de ar, sob pressão, para dentro do carburador.
Como eu pensei que aconteceria, a mangueira de respiro da cuba se soltou do lugar, não suportando a pressão exercida no interior do carburador e me obrigou a nova tentativa, desta vez fechando, o orifício em que a mencionada mangueira se fixava, com um dos dedos.
Nova tentativa e, realmente, o barulho de pressão negativa, na caixa do filtro de ar foi grande.
Saiu bastante ar por ali, sob pressão.
Fiz o procedimento mais uma vez, a pedido do próprio frentista do posto, que me disse o seguinte: "Se ainda estiver entupido, com este jato a mais você garante que vai chegar em casa...".
Mais um típico "gente boa", no meio da estória.
Recoloquei as mangueiras do dreno e do respiro da cuba nos seus devidos lugares/poisções e encaixei de novo a mangueira de combustível no registro do tanque.
Aberto o registro, foi só acionar o motor de partida para o pequeno motor Qingqi, de 125 cm³ e pouco mais de 11 cv (tinha 12,5 cv até a adoção de catalisador, na linha 2011, quando perdeu potência e foi estrangulado, para poluir e gastar menos...), cópia fiel dos Honda "varetados" de CG Today, dar as caras, mantendo a rotação de marcha-lenta e funcionando quetinho.
Bingo! Era mesmo o giclê de baixa!!!
O frentista e o gerente do posto riram, olhando para mim.
Nunca haviam feito aquilo e acharam a solução adotada muito prática e rápida para a solução de um problema recorrente em motocicletas.
Tempo perdido em mais esta armadilha do destino: 33 minutos...
Voltei para a estrada.
Ultrapassei logo o acesso ao município de Três Rios e caminhei, na emoção dos 80 quilômetros por hora, em direção à serra de Petrópolis.
Para mim, era o pior trecho de toda a BR - 040.
E a noite chegou. Junto com ela, o frio da serra onde fica a cidade imperial...
"Pô, tá foda isso aqui! Não fica bom um minuto sequer!", pensei em voz alta.
O casaco que levei comigo na viagem, apesar de eficiente e com bordas de couro, não conseguia sozinho dar conta do frio intenso que fazia naquele início de noite de céu limpo na região de Petrópolis. Pensei que fosse trincar os dentes, de tanto que os lábios tremiam com o frio.
Sem uma iluminação boa da pista, por conta do farol totalmente desregulado, me concentrei em ficar a uma distância razoável da traseira de carros que estivessem na faixa da direita, me aproveitando, então, do facho dos faróis dos mesmos.
Assim fiz e deu certo.
Mantendo velocidade razoável e sem perder o contato com os veículos que iam a minha frente na descida da serra, consegui chegar à entrada de Xerém, na baixada fluminense, onde a temperatura já era bem mais elevada e eu já conseguia sentir certo conforto. É bem verdade que as costas doíam, a cabeça já doía, e as pernas estavam anestesiadas pela vibração do motor, transmitida ao apoio dos pés, mas a vitória de chegar em casa, são e salvo, estava muito próxima.
Menos de 100 quilômetros me separavam, naquele momento, do calor e conforto de casa.
Paguei o antepenúltimo pedágio da viagem e segui em frente, com a moto rendendo bem, em direção à BR - 116, no trecho que dá acesso à serra de Teresópolis, pois precisava acessar a rodovia Manilha-Magé para chegar à Niterói, meu destino final.
Optei pelo desvio, em questão, para evitar a travessia da ponte Rio-Niterói em horário de movimentação intensa de veículos. Sabia que estava pilotando a horas e que estava com mais prática na condução da motoca, mas reconheci minha incapacidade, naquele momento, de lidar com corredores infinitos em meio a um trânsito caótico.
O cansaço do corpo contou muito para a minha reflexão.
Esperava fazer a viagem em cerca de 08 horas, no máximo. Àquela altura, já tinha mais de 10 horas de estrada e nada de chegar em casa.
Iria rodar mais até chegar onde queria, mas estaria mais tranquilo e mais seguro.
O tanque de combustível já indicava a entrada na reserva, que foi corrigida com uma abrupta mudança na posição da torneira do tanque. O indicador do nível de combustível me impressionava, a todo instante, com a precisão na marcação do nível da gasolina. Digital e de formato simples, com informação sendo dada por meio de barra horizontal de leds azuis, embutida no interior do tacômetro, funcionou muito bem durante todo o percurso.
Enfim, antes de entrar na rodovia Manilha-Magé, paguei mais um pedágio caro, o penúltimo, na BR-116.

Mapa da viagem

Continuei minha ilíada, tendo direito a mais um abastecimento de gasolina V-Power, após rodar cerca de 30 quilômetros na reserva, em um posto localizado ao final da BR-493, que é a própria rodovia Manilha-Magé. O tal posto Shell já fica na localidade de Manilha e, depois dele, acessei a BR-101, no último trecho antes de chegar a Niterói.
Enfim, o último pedágio!
Haja dinheiro para rodar de um lugar a outro hoje em dia!!!
Cheguei em casa por volta das 21 horas.
Estava exausto. Mas estava muito feliz comigo! Fiz o que havia planejado e tudo dera certo, apesar dos pesares.
Fui recebido por minha mulher, que não acreditava no que via.
Assim que entrei na garagem da casa em que moro, desci da moto e entreguei as chaves a ela.
O presente fora entregue! No hodômetro, a marca da viagem: 513 quilômetros.
A felicidade lhe saltava os olhos.
Ela me pediu para sair "rapidinho" com a moto, para "sentir" o veículo novo, mas a ausência de placa e a presença da Polícia Militar nas ruas próximas não encorajavam tal atitude. Pedi a ela que aguardasse até o emplacamento da Sundown Max prata.
No dia seguinte, primeiro dia da moto em solo niteroiense, fiz duas fotos para me lembrar do esforço conjunto - meu e da moto - para chegarmos bem em casa:


A chegada em casa foi marcada por muito alegria. Sabia que muitos já haviam feito o que eu fizera, mas a satisfação de ter conseguido pilotar com parcimônia, após tanto tempo longe e inativo, me fez sentir muito bem. Teve gosto de superação.

Era apenas o início de uma estória que vem rendendo.
A Max , agora, durante o seu primeiro dia nas mãos da dona nova, passava pela minha análise visual em busca de defeitos ou falhas de montagem.
E foi aí que o bicho, literalmente, pegou.
Tinha muita coisa montada de forma errada na moto!
A primeira decepção foi encontrar a cobertura plástica do pólo negativo da bateria ancorada na tampa lateral esquerda da moto, rompida, prestes a cair no chão...
Seguem as fotos:

A sutil seta vermelha indica que a cobertura plástica do pólo negativo da bateria estava rompida e fora do lugar, prestes a cair no chão. Estava ancorada na parte inferior da tampa lateral esquerda da moto.

A cobertura do pólo negativo da bateria em destaque, já na minha mão e rumo à instalação correta, no lugar de onde nunca deveria ter saído.

A estória terá apenas mais um capítulo.
No próximo e último post relacionado à moto, enumerarei os defeitos encontrados e a solução dada para cada um deles.
Antes de finalizar este histórico, porém, volto a afirmar o seguinte: A aquisição de uma moto, da forma como foi feita, é um risco para o consumidor leigo, que não detém conhecimentos específicos sobre o veículo.
Não vale à pena!
Depois da viagem, após uma análise criteriosa da Sundown Max 125, cheguei à triste conclusão de que correra riscos durante a viagem e que poderia não ter chegado em casa da forma como cheguei.
Só esta análise, por este ângulo, me fez concluir que a necessidade de uma revisão criteriosa de qualquer veículo, antes de sua entrega ao consumidor, é fundamental para a segurança de quem compra e para a garantia de utilização sadia do produto adquirido, o que não aconteceu comigo.
Sequer a suposta "garantia", prometida pelo vendedor, segundo a qual seriam ressarcidos eventuais gastos com consertos, foi honrada...
Mas isto é assunto para o próximo post.

Um beijo enorme no coração de todos,
Xamã do Brasil.